domingo, 29 de dezembro de 2024

APENAS PARA QUEM GOSTA DE ESCREVER

 Vez ou outra me coloco a meditar sobre o fato de se ler, refletir sobre o que se leu, até escrever, participar da composição do livro, enfim, emergir-se através das linhas. 

Seria pois, essa perspectiva, motivo para aventurar-se ao avanço das linhas, do publicar-se? 

Bom... Jamais me imaginei escritora, ademais, as palavras de Carlos Drummond de Andrade, bateu forte com meu pensar, quando se expressa:

"Posso dizer, sem fazer fita, que não sou propriamente um escritor. Sou uma pessoa que gosta de escrever, que conseguiu, talvez, exprimir algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projetou no papel..." 

Então... Se um escritor consagrado não se considera escritor, como que eu, uma desconhecida, que formata blogs pessoais para que suas inquietações sejam colocadas públicas, sem ter um livro sequer editado, como eu posso ou queira me considerar escritora. Longe de mim essa pretensão, todavia, gosto de escrever. A escrita me inspira, me torna mais leve, apazígua anseios, silencia minha alma - meus silêncios ocultos.

Posso até imaginar que experiências pessoais possam resultar respostas para questões inúmeras, até quem sabe algum impacto em leitor.

Escrevo sim, para conectar-me com meu eu interior, ao mesmo tempo em que almejo a conexão com afinidades, porque sei que um texto tem esse poder de ser lido, revisitado quantas vezes necessárias. Um texto pode inspirar, transformar, tocar alma e coração, quem sabe, assim como muitos textos me trazem esse valor.   

Vejo um texto, um poema, um livro como algo além do que o simples colocar palavras no papel. 

Vejo um texto, como o compartilhar ideias, aprendizado, gerar perguntas, respostas e conexões, deixar legado. Momento em que se pode viajar entre as linhas, reconhecer-se através da trama, dos personagens, da história, do assunto que se trata.

Ademais, um texto, um livro pode nos dar autonomia, autoridade, nos levar para além do anonimato, colocar-nos em unidade aos nossos pares em afinidades.

Por isso, caro escritor Drummond, suas palavras calaram forte dentro de mim, ao ponto de me irmanar dentro do seu gostar de escrever, através do seu projetar seus anseios íntimos ao papel, não sendo propriamente uma escritora.


quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

ESCRITOR - SER OU NÃO SER


Escritor... Ser ou não ser, eis a questão.

Afinal, será que é considerado escritor aquele que escreve, independente de ter ou não livro editado.

Bom... Tomei carona com a fala de Adriano Santos e me coloquei no patamar dos escritor ainda não editado, uma vez que muitos dos meus textos percorrem a galáxia internet há um longo período.

Livro editado? Sim, posso dizer que sim, pois o "Álbum das Bandas de Araras" é uma realidade desde 2017. Obra inicial do Historiador Nelson Martins de Almeida, meu pai, tomou corpo e avançou o tempo através de nossas mãos - Matilde e eu, primas. 

Assim, mediante algumas colocações, algumas falas, hoje posso me considerar escritora, pois meus blogs reproduzem minhas escritas. 

Ah! Sem contar o texto "O ato de ler", publicado inicialmente no site Amigos do Livro - do editor João Scortecci, em 2005, teve repercussão no programa ENEM daquele ano, sendo tema motivador. Posteriormente levado à edição em revista. 

Assim, já é um ponto positivo para este breve comentário.

Agora, saber público leitor internauta, nem sempre é possível, mas também o investimento em publicação papel, nem sempre pode representar retorno aos anseios.

Evidente que cada escritor quer ser lido, mas, o principal, imagino, pois que é assim que penso, é saber que a escrita pode transformar, trazer algo representativo para o leitor, pois que para isso é que se escreve. 

Cada experiência é única e, quem sabe até possa servir de parâmetro para o leitor, assim como muitos livros me inspiram e se tornam aliados aos meus devaneios.

Também não descarto a ideia de ver meus textos agregados a um livro, ocupando estantes em bibliotecas, nas mãos de leitores vários, sendo motivo de reportagens, entrevistas e tudo o mais que um livro passa oferecer.

Devaneios são frutos expressivos da mente ávida e criativa de um escritor que ainda se mantém nos bastidores virtuais, não mais com tanta dúvida de que se é ou não escritor.

 

    
 

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

HOMENS E LIVROS

 

HOMENS E LIVROS 

 

por Inajá Martins de Almeida



Ah! quem dera

um país a se estruturar

através de homens e livros.


Homens que não percam da vista
a terra que os fez nascer
- berço esplêndido Brasil.


Homens que possam dar vista
a vista de tanta gente
numa terra abençoada entre outras mil.

 






Homens que cultivem livros; 
livros que possam,
da ignorância, homens livrar.





Homens que nos livros 
possam encontrar
sentido e razão à vida.

Homens que possam saber 
que para ser nação,
livros, homens livres há formar.

Que a frase emoldurada
não permaneça presa à parede
mas que possa elevar a própria mente

a sentir que, se "uma nação 
se faz com homens e livros"
que livres sejam homens e livros.





segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O VASTO UNIVERSO DAS EDIÇÕES DE LIVROS

"O livro é uma extensão da memória e da imaginação

- Jorge Luis Borges

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Percorrendo o universo das edições de livros, dia após dia, fico perplexa ante o volume imensurável de títulos. O que Gutemberg diria sobre isso?

Observo, então, minha biblioteca, e os títulos que permanecem, são aqueles os quais me são caros, aqueles que os quero por perto pelo significado de sua leitura - momentos compartilhados à dois, entre o cafezinho, uma prosa entre leituras e reflexões.

Daí relembro a observação de Jorge Luis Borges a se referir que os livros lidos eram mais importantes para si do que os escritos, o que condiz com esses que permanecem em minha estante.

Aliás, quando bibliotecária numa universidade, quando na ativa, uma das leitoras me questionou sobre o volume em minha biblioteca, o qual deveria ser medido pelo meu gosto e leituras, o qual lhe respondi que não, posto que muitos eram retirados de bibliotecas, outros encaminhados para doação, assim, reservava apenas alguns como de cabeceira, ou sentimental, mas todos lidos realmente. Não sou das tais que compra livro para enfeite apenas; não posso me permitir esse luxo, quem sabe, devido as mudanças que empreendi durante minha existência, desde a casa paterna, até os dias atuais, quando imagino que este apartamento seja o ápice da minha jornada. quem sabe.

Assim, retornando aos livros, autores e leituras, os quais geraram em mim significados profundos, os tenho sempre por perto, quando vez ou outra os referencio, trago ao blog, como o caso de Anne Lamott em seu "Palavra por Palavra" em que nos exorta a escrever, porque diz que temos livros dentro de nós.

Bom, meus textos se espalham pela internet, dentro dos blogs que criei ao longo desses anos, muito embora nem sempre as palavras me vem com facilidade.

"O Diário" de Lampedusa me foi de importância singular seu encontro, quando em seu prefácio diz que deveria ser imposição do estado o escrever sobre nós mesmos, uma vez que muitas situações poderiam ser dirimidas. Aliás, muitas vezes imagino que nossa vida anônima a quem poderia importar? Seriam aos parentes próximos? Quem o saber.

Outro título encontrado num sebo, pasmem, na rua, quando não se cogitava local adequado, um ambulante, sob o viaduto do chá, colocava livros na calçada. Um deles "O sucesso não ocorre por acaso" - Lair Ribeiro, trouxe-me a prerrogativa de que tínhamos de estar preparados quando a oportunidade ocorresse, dizia então: 

"Se você continuar fazendo o que sempre fez, vai continuar obtendo o que sempre obteve"

Assim, o livro me foi de cabeceira até recentemente, quando o direcionei para Ana Clara. Quem sabe lhe será de valia. Julgo assim, ter cumprido sua trajetória com muito esmero e motivação.        

texto inacabado... 

  

sexta-feira, 21 de junho de 2024

1977 / 2017 - CONCURSO DE BANDAS DE MÚSICA DO MOBRAL

Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo - 47 anos nos distanciam da grande conquista nacional no concurso de bandas de música. 

Motivo de júbilo para nossa cidade de Araras.

Registros que permanecem vivos na história da cidade de Araras, a qual detém o título inédito em concurso de Bandas de Música.

Nossa Corporação é consagrada a Banda de Todas as Bandas.  

Grandioso espetáculo realizado no Ginásio de Esportes de Brasília aos 20 de junho de 1977 - numa manhã clara de sol.
A foto registra a magistral regência do Maestro Alfredo Alexandre Pelegata, à frente dos seus músicos campeões. (clique sobre a foto) 

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Inesquecível 1977. 

Premiação Nacional máxima. Uma história que o tempo jamais apagará, registrada nas 200 páginas do Álbum das Bandas de Araras. Edição 2017, ricamente ilustrada, farta em pesquisa, a qual demandou anos de labuta, tanto pelo autor e historiador Nelson Martins de Almeida, quanto pelas coautoras Inajá Martins de Almeida e Matilde Aparecida Salviato Viganó, primas e filhas da história,as quais puderam, desde tenra idade, os bastidores dos pais Nelson e Carlos Viganó, este que respirou música desde seus 12 anos até os quase 87 anos de uma gloriosa existência. Eternamente permanecerão em nossas lembranças e projetos, pois que a história ainda nos permitirá muitos feitos dignos de registro, pois que estes não se esgotam e ainda permanecemos na ativa, sempre, com mais e mais vigor para contar. Parabéns eternos músicos e familiares pelos 47 anos da grande conquista nacional. Muito tempos que agradecer seus feitos e conquistas.



No dia 20 de junho de 1977, sob a regência do Maestro Pelegatta, a Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo, obtém o 1º lugar no Concurso Nacional de Bandas, quando então a TV Globo, Rio de Janeiro, em transmissão nacional, consagra-se Campeã do Brasil.

Os confrontos musicais, em caráter de competição, realizados semanalmente, com transmissão a cada domingo pela Rede Globo, duas bandas de cada vez, exibindo seus repertórios, entusiasmaram a todos que tiveram oportunidade de ouvi-las.

As pontuações iam sendo gradativamente somadas, com a representação de Araras, alcançando as notas máximas que, por certo, a levaria à conquista final. O que realmente aconteceu.


Competiram, e foram classificadas, as Bandas:

1º) Corporação Maestro Francisco Paulo Russo - Araras / SP

2º) "Filarmônica XV de Novembro Cabense - cidade do Cabo / PE

3º) "Filarmônica 25 de Março - de Feira de Santana / BA

4º )"Filarmônica Visconde do Rio Branco - Belo Horizonte / MG



 
Nossa Banda é campeã nacional. Esta fora a geração, que com brilhantismo alargou as fronteiras da cultura, do conhecimento das artes. Esta fora a geração "audaciosa" e "atrevida" da conquista e dos registros das memórias em álbuns musicais - edições em discos - e, no presente, este documentário histórico das Bandas de Araras.
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     Momento histórico dos campeões na Praça Barão de Araras.
Os músicos campeões, em seus uniformes caqui, posam para foto, ao lado do obelisco.
Tendo como pano de fundo a fonte luminosa, o público ararense pode acompanhar o riquíssimo repertório vencedor na execução impecável dos músicos integrantes da Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo.
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Assembléia Legislativa em requerimento nº 1551 de 1977, através de seu representante Deputado Benedito Campos, assim manifesta:

 "... é um incentivo a todos e um prêmio à harmonia, a orquestração, a disciplina e, principalmente, à vontade e ao amor que os músicos ararenses devotam a uma tradição tão linda e alegre que por muitos anos se apresentam nas praças públicas, distribuindo cultura e alegria a muita gente... " - 30 de junho de 1977


Os músicos se deixam fotografar ao lado da Lira em Bronze, confeccionada para homenagear a Corporação Campeã Nacional de 1977 - clique sobre a foto


Estas fotos e breves textos, fazem parte do Documentário Histórico sobre as Bandas de Araras, o qual contempla um período entre 1879 até 2015. 


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Fotos, textos complementares e postagem de Inajá Martins de Almeida



 




sexta-feira, 7 de junho de 2024

VII GRANDES MULHERES NA LITERATURA - Casa do Poeta de Ribeirão Preto



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Sobrinhos presentes. Alegria contagiante em cada olhar. Família - ainda que impossibilitados de comparecer o filho, nora e neta, e a prima sempre presente - a prestigiar o momento tão expressivo e marcante que permanecerá em minha memória, nas fotos e neste blog. Sensação imemorável de comoção e emoção.l



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Singela homenagem pude ser agraciada, através da minha grande amiga e querida Maris Ester Souza e os amigos da Casa do Poeta de Ribeirão Preto. 

No ar, forte comoção invade o ambiente. Rostos vibrantes. Alegria contagiante. Falas expressivas dedicadas a todas as doze participantes desta VII edição das GRANDES MULHERES NA LITERATURA.

As fotos demonstram cada situação, cada momento que se multiplica em expectativa, aplausos, abraços.



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Estar ao lado de grandes expressões da vida literária, me foi de grande emoção e comoção, pois que se escrevo que entre livros nasci, entre livros me criei, entre livros me formei, posso agora, sair dos bastidores e me aventurar a me tornar livro também. Esta é a meta: ser livro 


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O facebook replica fotos, mensagens acaloradas. Esta, Galeno Amorim faz menção ao trabalho de todas as participantes, tanto as escritoras expressivas, quanto aquelas que, nos bastidores podem alavancar o universo literário através de seus trabalhos, dons e talentos.



O diploma, a mim conferido, pode representar o ser, estar e o fazer bibliotecária, profissão esta que me chegou através da opção, paixão e convicção, como gosto de referenciar minha escolha.

Assim é que, neste dia, estar ao lado de grandes expressões na literatura e das artes, poder ser ativista cultural, como bibliotecária, quando o passado me possibilitou a oportunidade de participar de projeto ousado sob o inspiração e comando do então Secretário da Cultura Galeno Amorim -  Ribeirão das Letras - Projeto Bibliotecas -  na criação de oitenta bibliotecas num período entre 2000 à 2004, representa o reconhecimento de um trabalho de dedicação em atividades diversas dentro da área da Biblioteconomia e Documentação, título este que me representa e me representará para sempre.   

A gratidão aflora meu ser em sua plenitude. 
Gratidão aos amigos que fizeram parte dessa jornada entre linhas e livros.
Gratidão pelos amigos que permaneceram fiéis, ainda que distante no tempo e espaço.
Gratidão pelo retorno e pela expectativa de que o tempo pode, consigo,  acarretar encontros e linhas a se multiplicarem, pois que a possibilidade assim o permite.
Gratidão a grande amiga que esteve presente nos momentos mais marcantes na construção desse relevante projeto - Maris Ester.
Gratidão e grande respeito ao Galeno Amorim, sempre pontual e deliciado em sua fala encorajadora.
Gratidão a Casa do Poeta e do Escritor, com seus queridos membros; inesquecíveis lembranças de momentos singulares
Enfim, gratidão a uma cidade - Ribeirão Preto - que tão bem me acolheu, e que, por um período de vinte e cinco anos, proporcionou-me rico aprendizado na área escolhida, assim como, me deu a oportunidade em transitar entre a arte em suas expressões magnas: literatura, música, teatro, pintura, dança.
Ademais, gratidão pela oportunidade, também de, ao estar entre livros e linhas, aventurar-me na escrita, pois que percebi que já não mais me basta o estar entre livros nas estantes, participar de todo processo técnico, mas entender que as linhas me requerem linhas que, se transformam em textos, blogs e livros. O primeiro já está editado - Álbum das Bandas de Araras - e outros, nos bastidores, clamam por edição.

Assim é que a responsabilidade do diploma outorgado, a menção de ser ativista cultural e bibliotecária, a partir deste momento, abre-me imenso leque em perspectiva e oportunidade, as quais estou a levar avante.

Gratidão eterna, por este momento tão marcante em minha jornada.

Gratidão eterna aos meus pais que tão bem souberam me conduzir às linhas e letras, para que eu pudesse chegar até aqui.

Gratidão a Deus que tão bem sabe o propósito de nossos corações, levando-me a seguir avante nesta jornada que se estende em sete décadas, com a perspectiva e prerrogativa de alguns anos a mais. 
        



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