sexta-feira, 28 de agosto de 2015

BIBLIOTECÁRIO HÁ QUE SER UM INTELECTUAL...

“Defendo que todo bibliotecário é, fundamentalmente, um intelectual, 
ou seja, como disse Foucault, um sujeito que tem por papel 
‘mudar algo no espírito das pessoas’. 
Um bibliotecário letárgico é, portanto, um engodo, 
um desserviço à sociedade”, afirma Santos.

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Barrado na escola por uniforme velho, vendedor de cocadas faz 5 faculdades

Ele era criticado por não ter mochila, usar tênis gasto e ser filho de pedreiro.
Hoje bibliotecário da Câmara, homem tem livro indicado ao
Prêmio Jabuti.


Raquel MoraisDo G1 DF

O brasiliense Cristian Santos não tem dúvidas de que a paixão pela leitura o permitiu mudar de vida. Vendedor de cocadas na infância e na adolescência para ajudar os pais, ele chegou a ser impedido de assistir aulas em uma escola pública por não ter condições de comprar um uniforme novo. O jovem se refugiava das críticas dos colegas na biblioteca, onde encontrou livros que o ajudaram a ingressar na universidade e conquistar cinco graduações.


Aos 19 anos, o garoto conseguiu estágio e passou a ganhar R$ 250 por mês. O dinheiro foi usado em um cursinho preparatório para o cargo de técnico judiciário. Aprovado, ele deixou de vender cocadas e passou a sustentar os pais e as cinco irmãs.

Outras formações e prêmios

Após concluir biblioteconomia, Santos foi aprovado em primeiro lugar no concurso do Superior Tribunal de Justiça para o cargo de bibliotecário. Na mesma época ele passou a apresentar, na condição de bolsista, trabalhos científicos na Argentina, Finlândia, Noruega e Estônia. 

“Numa tarde chuvosa, fui a uma daquelas lojas de R$ 1,99 a pedido de minha mãe. Encontrei numa estante de canto 'A morte de Ivan Ilitsch'. Voltei para casa sem o escorredor de macarrão, mas na companhia de Tolstoi. A novela me feriu, e minha paixão pela literatura alcançou um nível alarmante. Acabei me graduando em língua e literatura francesas e depois em tradução. Nesse período, estudei por três meses na Universidade Laval, Canadá, graças à hospedagem gratuita de uma família católica”, diz.

O homem fez ainda filosofia e teologia, além de mestrado em ciência da informação – a dissertação foi premiada em um concurso na Argentina. Ele chegou a ser admitido para o curso anual da Scuola Vaticana di Paleografia, mas não pôde fazer porque não foi liberado pela direção do STJ.

Depois, o ex-vendedor de cocadas fez doutorado em literatura e práticas sociais. Os estudos o levaram a se aprofundar na obra de Michel Foucault e o estimularam a se preocupar em ser mais humanista e culto.

“Defendo que todo bibliotecário é, fundamentalmente, um intelectual, ou seja, como disse Foucault, um sujeito que tem por papel ‘mudar algo no espírito das pessoas’. Um bibliotecário letárgico é, portanto, um engodo, um desserviço à sociedade”, afirma Santos.

A tese dele virou livro e aborda a representação de padres e beatas na literatura. “Na obra, discuto as razões pelas quais a literatura do país representa os personagens religiosos de forma caricata, sempre associados ao atraso moral e econômico. ‘Devotos e Devassos’ acaba de ser indicado para o Prêmio Jabuti em duas categorias: melhor crítica literária e melhor capa.” leia a matéria em sua íntegra



terça-feira, 14 de abril de 2015

BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Interessante artigo compartilhado neste blog. 


Define-se Biblioteconomia, no seu sentido restrito, como a área que realiza a organização, gestão e disponibilização de acervos de bibliotecas, e a Bibliografia como a atividade de geração de produtos que indicam os conteúdos dos documentos, independente dos espaços institucionais em que estes se encontrem.



A Ciência da Informação tem suas raízes na bifurcação da Documentação/Bibliografia e da Recuperação da Informação (Information Retrieval). É uma ciência social cujo objeto é a informação, tendo início no campo da informação científica e tecnológica, passando a atuar também com a informação para fins educacionais, sociais e culturais. Apresenta interfaces com a Biblioteconomia, Ciência da Computação, Ciência Cognitiva, Sociologia da Ciência e Comunicação, entre outras áreas.
Outras abordagens sobre a constituição da Ciência da Informação incluem ainda áreas do conhecimento como a Administração, que busca fornecer formas otimizadas para a operação do fluxo da informação registrada, e a Editoração, na produção de documentos impressos e eletrônicos. Também podem ser citadas a Lingüística, Lógica, Psicologia, Estatística e Economia.
Considera-se que a Biblioteconomia deu origem à Bibliografia, que fundamentou a Documentação, que por sua vez, forneceu insumos à constituição da Ciência da Informação, também nomeada Informatologia. A Ciência da Informação é entendida como a preocupação com a unidade fundamental do saber, através de estudos interdisciplinares e de métodos como o estrutural. Engloba o conjunto das disciplinas voltadas para a produção, comunicação e consumo da informação que, chamadas por isso de ciências da informação, passaram a ser consideradas como uma só ciência da informação.
Dentre as abordagens mais consistentes sobre Ciência da Informação está a de Saracevic. Teórico de produção relevante no campo da Comunicação, considera o objeto da Ciência da Informação como o comportamento, as propriedades e os efeitos da informação em todas as suas facetas, tanto quanto os vários processos da comunicação que afetam e são afetados pelo homem. A Ciência da Informação estuda: (1) a dinâmica e a estática do conhecimento, ou seja, suas fontes, organização, criação, dispersão, distribuição, utilização, expressão bibliográfica e obsolescência; (2) os aspectos comunicacionais relacionados ao homem enquanto produtor e usuário de informação; (3) os problemas da representação simbólica da informação como na classificação e indexação; e, por extensão, (4) o funcionamento de sistemas de informação como as bibliotecas e os serviços de armazenagem, recuperação e processamento de dados (Saracevic citado por Enciclopédia Mirador Internacional, 1994, p. 6115).
Conclui-se que a Biblioteconomia, a Documentação e a Ciência da Informação são áreas que se relacionam conceitual e historicamente.
A Biblioteconomia tem origem efetiva na atividade de preservação das unidades do conhecimento registrado, alterando-se com o tempo por meio da democratização do acesso à educação e à cultura em atividade de gestão de serviços de biblioteca, porém sem constituir área cientificamente fundamentada no seu todo. É marcada pela intensa disseminação de seus equipamentos físicos, as bibliotecas, muitas das quais estabeleceram redes cooperativas de catalogação, cujos laços são essencialmente produtivos e formais, mas não estabelecidos com base na informação e seu contexto de produção e uso.
A Documentação, uma dissidência da anterior mas também componente dela, caracteriza-se pelo tratamento do conteúdo dos documentos, pela diversidade dos tipos de registros de informação com que trabalha e pelo uso otimizado das inovações tecnológicas em seus processos. Mesmo que críticas possam ser feitas, por exemplo, à limitada perspectiva comunicacional efetivada pelos antigos centros de documentação, seus preceitos baseiam-se na contextualização institucional e de público como critérios para a definição dos processos e serviços. Desenvolveu técnicas mais amplamente aplicáveis e atingiu significativo grau de sistematização de seus princípios e modelos. Deu insumo à Ciência da Informação que, entendida como ciência pós-moderna, portanto interdisciplinar e sem vinculação a paradigma único, reflete a mudança instaurada no século XX pela comunicação, pela tecnologia eletrônica e pelos fluxos de informação.
Finalmente, sendo a Biblioteconomia, a atividade mais antiga de organização de documentos, encontra na Ciência da Informação a possibilidade de construção de referenciais teóricos e de conquista de status científico, enquanto esta encontra naquela parte da história e das práticas que compõem aquilo que vem elaborando a partir de diversas disciplinas e aplicações. Já a Documentação, considerada em separado da Biblioteconomia, desenvolveu princípios e técnicas voltadas à organização e recuperação da informação, independente dos suportes e tipos documentais e com base nos contextos de aplicação e tipos de informação. Neste sentido, os princípios documentários permitem à Biblioteconomia maior abstração e adequação na elaboração de seus processos e serviços, e fornecem à Ciência da Informação insumos para uma construção científica sólida, ao conduzir a um foco ou núcleo de referência para a alocação integrada das demais disciplinas e aplicações.
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http://portaldobibliotecario.com/2015/04/14/relacoes-historicas-entre-biblioteconomia-documentacao/

sexta-feira, 3 de abril de 2015

ÁLBUM DE ARARAQUARA 1948


UM ACRÓSTICO A ARARAQUARA







Altiva, a natureza a colocara
Risonha, feliz, cheia de luz
A encantadora Araraquara...
Rapsódia que encanta que seduz!
A ti se curva tradições gloriosas,
Quimeras de luzes cor de rosas
Ungida o teu porte de beleza!...
A ti, todos são gratos - te confesso -,
Rezando sempre teu progresso
Araraquara... Misteriosa Princesa! 

Nelson Martins de Almeida
                                                                                         clique sobre a imagem 



A elaboração de um trabalho dessa natureza, geralmente denominado “álbum” ou “almanaque”, que era muito comum no passado ( muito embora Araraquara só tenha editado dois, este e aquele de 1.915) objetivava traçar um retrato do momento de sua edição, no que diz respeito às autoridades constituídas, vida política, produção rural, comercial e industrial. Era comum também reviver a história, publicar crônicas, poemas, acrósticos, refletindo a evolução cultural. Este álbum de 1.948 não foge à regra e, assim, apresenta um quadro bastante completo e favorável dessa Araraquara de meados do século XX. 

AUTOR: Nelson Martins de Almeida , redator-produtor do “Álbum de Araraquara”, edição de 1.948, nasceu a 19 de março de 1918, em Araras-SP, na Fazenda Campo Alto, sendo criado em S.Paulo, onde estudou comércio, publicidade, taquigrafia e jornalismo. Aos 19 anos, prestou serviço militar na Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, saindo em outubro de 1938. Foi taquígrafo da Associação Paulista de Medicina e trabalhou em outras empresas. Organizou e publicou várias revistas de engenharia e arquitetura. Chegou a Araraquara em julho de 1.947, com plano de estudar e escrever o histórico da cidade.


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ver: nelsonmartinsdealmeida.blogspot.com.br


sexta-feira, 27 de março de 2015

LAO TSÉ BIBLIOTECÁRIO?




Lao Tsé: “Lao” significa criança; “Tsé”, velho, maduro, sábio. Nascido na China no final do século VII a. C., diz-se que seria oficial da dinastia Zhou encarregado de compilar documentos históricos.
Outras fontes relatam que ele teria sido contemporâneo de Confúcio considerado outro grande mestre da filosofia chinesa. E os dois teriam se encontrado quando Lao Tsé trabalhava como arquivista, ou compilador de documentos, na Biblioteca Imperial da dinastia Zhou. De acordo com essas histórias, eles discutiram durante meses e Lao Tsé teria influenciado o pensamento confucionista.
Diante do deterioramento da situação pública chinesa, a perda de poder da dinastia Zhou, Lao Tsé decidiu retirar-se da China cavalgando um búfalo preto e, no desfiladeiro Han Gu, o guarda da fronteira desejou que aquele sábio não saísse da China sem antes deixar algo escrito: até então, eles eram divulgados apenas com a palavra falada. Naquela ocasião, Lao Tsé teria escrito o Tao-te King, cujo título é traduzido por “O livro do caminho e da virtude” ou “Livro clássico do sentido e da vida”. Depois disso, Lao Tsé teria ido em direção ao oeste e não voltou a ser registrada a sua aparição.
Tao-te King, é considerada a obra basilar da filosofia taoísta, e um dos livros mais traduzidos, juntamente com a bíblia. O taoísmo clássico inspirou um movimento intelectual chamado xuanxue (aprendendo com o misterioso), que dominou a elite chinesa e a alta cultura dos séculos 3 ao 6 de nossa era. Dessa forma, Lao Tsé influenciou não apenas o pensamento filosófico, mas a literatura, a caligrafia, a pintura, a música chinesas.

A imagem de Lao Tsé, foi retirada da coluna Ser e Ter da revistaPerformance Líder e trata-se de um recorte da obra de E. Montariello, exposto na Biblioteca Humanitas – na qual também sou bibliotecária!
Fonte: 

  • https://www.facebook.com/biblioteconomia?fref=ts - Bibliotecários sem Fronteiras - Facebook 


  • http://bsf.org.br/2015/03/25/lao-tse-bibliotecario/ - 



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Captura de imagens, montagem e inserção neste Blog 
por Inajá Martins de Almeida em 27/03/2015 

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terça-feira, 17 de março de 2015

INEZITA BARROSO A BIBLIOTECÁRIA MAIS FAMOSA DO BRASIL



by Eduardo 

A bibliotecária, cantora, atriz e instrumentista Inezita Barroso faleceu no dia 9/3/15, vítima de insuficiência respiratória aguda.
Reproduzo, abaixo, o texto da Wikipedia da bibliotecária mais famosa do Brasil que com certeza, graças à Biblioteconomia, pode catalogar, reunir e servir de memória à música de raiz. Belíssimo exemplo da função social do bibliotecário!

Nascida numa família abastada7 e apaixonada pela cultura e, principalmente, pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos. Estudiosa, matriculou-se no conservatório e aprendeu piano

Foi aluna da primeira turma da graduação em Biblioteconomia da Universidade de São Paulo (USP)4 , formando-se antes de se tornar cantora profissional8 .

https://mundobibliotecario.wordpress.com/2015/03/10/nota-de-falecimento-bibliotecaria-inezita-barroso/
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