sábado, 5 de junho de 2010

Reflexões sobre o livro e o escritor

pela Bibliotecária Inajá Martins de Almeida


Bem aventurado aquele que escreve; arrisca o verso e a prosa e, torna-se um escritor.

Bem aventurado aquele que mescla o leitor com o escritor.

Dê-me uma meada de lã e eu teço um agasalho.
Dê-me uma palavra e eu formulo uma frase.
Dê-me uma frase e eu escrevo um texto.
Dê-me um texto e eu componho um livro”.


Desde cedo me acostumei aos livros, as linhas e as lãs. Nos livros aprendi a ler, nas linhas escrever e, com lã, tecer. Agora, já não sei viver sem os livros, sem as linhas, tão pouco sem as lãs.

Leitor. Arrisque o verbo nas asas da escrita. Invente... tente... crie seus próprios textos, sem almejar o estrelato ou a fama do escritor. Esta será apenas a consequência.

Livros nos fazem livres; dá-nos fluência verbal; tornam-nos partícipes da sociedade.

Na jornada da leitura, percebo a riqueza de informação a ser compartilhada, então, incansável, leio, releio, faço anotações, escrevo, dissemino, compartilho, porque “não há limites para fazer livros”, como nos exorta Eclesiastes 12:12.

Nas entrelinhas percebo uma frase e logo penso num texto.

No garimpo da leitura, encanta-me selecionar falas.

No mundo encantado da escrita, as palavras vão me encontrando e me escrevendo. E leio... E releio... E escrevo... E apago... E volto a escrever, porque escrevendo, vou me conhecendo.

Quando pensamos nos livros como fonte de informação, logo nos vêm à mente os recursos que devemos utilizar para a satisfatória transmissão do conhecimento. Assim, registros, organização, armazenagem, preservação, devem ser pontos perceptíveis para a transmissão de conhecimento para as gerações vindouras, e o Bibliotecário se torna a ponte entre a informação e o usuário.

Torno-me permissiva ao autor, quando me vejo a invadir sua composição, apossando-me de citações, as quais vêem se enquadrar a cada momento de transpiração, quando a ler e a escrever estou.

Um livro pode resgatar um sonho adormecido.

Uma leitura bem feita enriquece tanto aquele que escreve, quanto ao que lê. Também de nada adianta um bom leitor, sem que haja um bom escritor, um bom diálogo, que leve o leitor aos ambientes criados pelo autor, aquele que está sendo lido.

Vejo a poesia na lã, na linha, percebo o verso. Confecciono poesia, com a lã, na linha escrevo verso.


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fotos Elvio Antunes de Arruda - Ribeirão Preto - janeiro 2008 


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