segunda-feira, 22 de março de 2010

Dª Carminda - doce lembrança


"Meu método de ensino é ensinar o aluno a pesquisar o que não sabe"
(Carminda Nogueira de Castro Ferreira)



Dª Carminda Nogueira de Castro Ferreira e Inajá Martins de Almeida 
 São Carlos 12 de março de 2010

A homenageada Dª Carminda, recebe o carinho dos ex-alunos mas, com certeza, a mais beneficiada com tal comenda fui eu, por ter tido o privilégio de conhecê-la e receber profundos conhecimentos teóricos e práticos através de brilhantes aulas por ela ministradas na então Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos. Professora que marcou profundamente minha vida pessoal e profissional, agora, depois de quatro décadas exatamente (1970 - 2010), poder reencontrá-la em seu pleno vigor físico, mental e espiritual é, para mim, razão de profunda graça.

Realmente, seu método revolucionário de ensino me levaria a jamais deixar de ser uma pesquisadora.

Foram apenas três anos, mas que fizeram, fazem e continuarão fazendo marcante diferença em minha vida. Bibliotecária por formação, por paixão, por convicção; cientista da informação, não pelo termo imposto pela modernidade, mas pela certeza de que, ao buscar aquilo que não sei, posso me aproximar mais da realidade de que nada sei e, a partir do que, jamais me distanciar do conhecimento, único e certo legado para a humanidade, sua orientação para que, de suas tantas matérias, recolhêssemos retalhos, que nos proporcionassem tecer colchas, acompanharam meus passos, durante toda minha jornada. Aos poucos, então, colchas tecia, com retalhos de lã, lembranças das linhas - artesã: das agulhas na lã, das palavras na linha. O tempo, realmente pediu conta de meu tempo e ao olhar para trás, aquelas doces lembranças de um passado marcante; aquela jovem ávida por galgar uma carreira, ainda sem futuro, ainda sem história; aquela professora que faria toda a diferença vida afora, decorridos os anos, os quais se contam em quarenta, os sorrisos escancarados, estampados no rosto - sorriso da alma - pode recolher um retalho, numa alegria que não se conta.

12 de março de 2010 – Dia do Bibliotecário

Inesquecível Dª Carminda, torna presente o maior dos presentes: o legado do conhecimento. Seu sorriso franco, limpo, aberto, claro, sem maquiagem, expressa a tranquilidade da missão cumprida.

Aquela jovem sonhadora, Inajá, que tecia retalhos futuros, ao ouvir da mestra querida que: - "o bibliotecário não tem futuro; ele é o futuro", pode amealhar mais um retalho para sua colcha, ao fazer da sua vida entre livros a sua realização pessoal.
Com certeza, Deus é tudo de bom, ao me cercar de gratas pessoas:
Minha mãe que me legou o prazer das lãs; formou-me o caráter.
Meu pai que me levou ao gosto pelos livros e pelas linhas; desenvolveu-me o senso crítico da pesquisa.
Meu irmão que me ensinou a humildade do perdão.
Meu filho que me proporcionou avançar na era tecnológica e, acima de tudo, me realizar quanto mãe.
Minha nora extensão maior da continuidade de gerações.
Minha neta legado de Deus para minha "velhice".
Cunhada, Sobrinhos, sobrinhos netos, tios, primos, professores, colegas, amigos.
Meu companheiro, aquele que acompanha meus passos no presente.
Dª Carminha - inesquecível.
Professora que soube transmitir e encravar em minhas entranhas a paixão pela Biblioteconomia.
Sem sombra de dúvidas, os retalhos continuam sendo recolhidos; a colcha tecida... Quantas!
Querida, doce e meiga dona Carminda. Grata pela lembrança da sua presença em minha vida. Pela transmissão do seu conhecimento. Pela sua sabedoria em desvendar meu potencial in potencial. Pelo seu abraço terno neste dia. Pelo seu sorriso grato. Pela permissão de uma foto ao seu lado. Grata pelo seu exemplo de vida. Grata pelos seus retalhos... Eternamente grata. 

Inajá Martins de Almeida - Bibliotecária


(Foto Elvio Antunes de Arruda)

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